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63.º aniversário do Clube Naval da Horta

Adiaspora.com

 

O Clube Naval da Horta comemorou este fim-de-semana o seu 63.º aniversário.

Para assinalar a data realizaram-se uma série de provas desportivas, em várias modalidades, desde vela ligeira, canoagem, pesca, limpezas ao fundo do mar, até à tradicional vela de cruzeiro.

O ponto alto dos festejos aconteceu na noite de ontem, com um jantar convívio entre sócios, atletas e simpatizantes do Clube, que reuniu mais de duas centenas de pessoas.

Neste momento foram também entregues os prémios das regatas de aniversário e, como não podia deixar de ser, foi cantado o “Parabéns a você” e partido o bolo comemorativo.

Hugo Pacheco, presidente do Naval da Horta, frisou na ocasião que: “são 63 anos na história de muito sucesso, e, hoje em dia, qualquer sócio poder ter orgulho em pertencer a este clube. O Clube Naval da Horta está também no final de um ciclo directivo, e não podia deixar passar este momento sem agradecer a todos os que me acompanharam nesta aventura. Foram dois anos muito enriquecedores e não posso deixar de agradecer a todos os que tornaram tudo isto possível”.

Também o Presidente da Comissão Náutica Municipal, João Castro, interveio para enaltecer o papel do CNH e da sua actividade: “

Data de 24 de Junho de 1891, a primeira notícia que temos sobre a organização de um festival náutico, cujo programa contava com a participação de cerca de quarenta embarcações nas provas de vela e remo, levando a crer que as potencialidades da baía da Horta para a prática das actividades náuticas, terão desde cedo despertado a atenção dos faialenses.

À primeira associação desportiva existente na Horta, o Ginásio Clube, fundado a 18 de Maio de 1889, que cria uma secção naval com a inauguração do escaler Alcion, segue-se em 1903 a fundação da Junta Local da Liga Naval Portuguesa dando continuidade a alguns desportos náuticos nomeadamente a vela e o remo, dinamizados com a presença de ingleses e alemães das colónias dos cabos submarinos.

No início dos anos 20, a direcção da Junta Local da Liga Naval tem um papel preponderante na organização dos festivais náuticos, sobretudo com o alargamento da rivalidade desportiva a dois novos clubes, o Angústias Atlético Clube e o Sporting Clube da Horta fundados no ano de 1923. Para além das provas de remo, vela e natação foi introduzida a prática de pólo aquático e procurou-se recuperar os jogos tradicionais de corridas de pato, regatas de celhas, campeonato de fôlego, corridas de garrafas, corridas de ovo em colher, luta de repulsão em pranchas e o pau ensebado.

Com a eclosão da II Guerra Mundial, diminuiu o número de praticantes regulares de desportos náuticos, tendo lugar apenas uma ou outra prova de vela mas sem o antigo furor. O desinteresse pelo desporto náutico acentuou-se na década de 40 apesar da Mocidade Portuguesa ser detentora de um conjunto diversificado de embarcações, vários lusitos, dois vougas e um snipe.

É da necessidade de dar continuidade a um projecto com história, dominado por ciclos de vida mais ou menos intensos e com tradições no sector náutico que surge o Clube Naval da Horta cuja existência em termos formais é feita a partir dos Estatutos aprovados a 26 de Setembro de 1947, pela Direcção Geral de Educação Física, Desportos e Saúde Escolar.

Com a finalidade de estimular o gosto pela prática dos desportos náuticos de recreio e competição, instala-se em Janeiro de 1948 a título precário no Castelo de Santa Cruz. Possui apenas uma chalupa a Ilha Azul I e uma pequena biblioteca sobre temas náuticos.
A 19 de Setembro de 1948 organiza o seu primeiro festival náutico, com uma prova de natação e uma regata à vela onde participaram 21 embarcações. As provas de remo, corridas de chatas e charutos, saltos artísticos passam também a ser uma constante dos programas assim como as demonstrações de natação.

Tendo como um dos objectivos a formação teórica e prática dos seus associados, inaugura no início no ano de 1949 um curso para a aquisição de cartas náuticas e no ano seguinte um outro de natação, que acabaria por não se manter durante muito tempo devido á falta de estruturas.

Na década de 50 o Clube Naval da Horta adquire três snipes, no entanto os custos inerentes à prática da vela assim como à prática da motonáutica, inserida na secção da vela em 1956, acabam por ter uma actividade irregular. O mergulho subaquático e a pesca desportiva passam a constar das actividades dinamizadas por este clube, dando origem a um renovado interesse por este tipo de actividades desportivas.

Numa tentativa de colmatar as dificuldades financeiras não supridas pelas cotas dos sócios, são projectados filmes no interior do Castelo de Santa Cruz até ao ano de 1968, data em que se vêm obrigados a abandonar este espaço e a vender parte do seu espólio
Em 1973, o Clube Naval da Horta com sede na antiga casa dos remadores da Alfândega (junto ao castelo de Santa Cruz) é revitalizado por um grupo de sócios que apesar das muitas dificuldades sentidas conseguiram impulsioná-lo através de um conjunto de iniciativas de carácter recreativo-cultural (exposições, regatas, gincanas, construções na areia, entre outras) mas também formativo e competitivo (concursos e semanas desportivas).

Com a ruptura política e institucional verificada com o 25 de Abril de 1974, abrem-se outras perspectivas sobre a prática do desporto, aumentando as verbas, os quadros técnicos, permitindo algum melhoramento das infraestruturas existentes e dando azo a um intercâmbio regional, nacional e internacional apoiado pelo desenvolvimento da comunicação social.

Lutando sempre com dificuldades materiais conseguem implementar de forma autónoma as modalidades de vela, pesca desportiva, escafandria, canoagem, prancha à vela e natação. Passou a promover anualmente cursos de formação, abriu uma escola de iniciação e aperfeiçoamento da prática de vela e introduziu formas de auxílio para que os sócios pudessem adquirir as suas próprias embarcações.

Não se confinando apenas à actividade desportiva, o Clube Naval da Horta tem tido um papel preponderante no apoio ao iatismo internacional, não só num quadro náutico-competitivo mas também na promoção turística. No ano de 1975 programa a par de uma comissão eleita para o efeito, a recepção da regata oceânica, Mocra Azores Race – Portmouth UK/Horta, dando origem à ideia da realização anual de festejos náuticos, que passam posteriormente a designar-se por Semana do Mar.

Responsável por várias organizações de âmbito náutico, merece maior destaque o Festival Náutico da Semana do Mar e a organização da Regata Atlantis Cup – Regata da Autonomia, ligando esta última, à vinte anos, as cidades históricas dos Açores, Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta, o que faz de si a regata com maior expressão que se realiza no nosso País.

Numa perspectiva de dinamização e projecção do Clube Naval da Horta, além fronteiras, tem este clube participando na organização de enumeras regatas nacionais e internacional da classe cruzeiro, mini, e de vela ligeira onde se destacam o Campeonato de Portugal de Vela Cruzeiro, a Routa das Hortências, Les Sables d'Olonne – Azores, Campeonato de Portugal da Classe 420 e l’Equipe e Encontros Internacionais de Vela Ligeira.

Prova da capacidade organizativa que este clube possui na realização de grandes eventos náuticos, tem resultado em inúmeros convites para participação em salões náuticos nacionais e internacionais como é o caso da Nauticampo, Feira de Barcelona, Madrid e Paris, bem como os prémios que tem recebido pelas Federações Estrangeiras e Nacionais das diversas modalidades náuticas.

Merece igualmente destaque, as diversas referências a que tem sido alvo na imprensa generalista e técnica das diversas modalidades.

Como uma actividade regular, o Clube Naval da Horta, é hoje a instituição desportiva faialense com maior número de associados, tendo igualmente o maior número de atletas federados na nossa ilha, dinamizando várias modalidades náuticas a saber: Vela e Remo em Botes Baleeiros, Apneia, Canoagem, Pesca Desportiva, Natação, Vela Ligeira, Vela de Cruzeiro, Remo, Jet Ski, WindSurf, Mergulho, Radiomodelismo. 

Por todos estes factos, o Clube Naval da Horta, é actualmente um Clube fortemente enraizado na sociedade civil e desportiva do Faial, fazendo a ligação entre as suas gentes e o mar que a todos nos rodeia, o que torna este Clube um caso impar de referência a nível regional e nacional.

 

 

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